RESUMO
• Governo debita parcelas dos consignados e não repassa aos bancos
• Bancos retiram diretamente na conta dos servidores com juros altos
• Servidora de Apodi é um exemplo do descaso do governo
• Em julho, servidora consegiu sacar apenas R$ 215,00
• Em novembro o saldo da servidora já consta como negativo
• Estado comete crime e deve ser responsabilizado por apropriação indébita
Como estamos denunciando há meses, o governo está debitando as parcelas dos empréstimos consignados dos servidores, mas não está repassando os valores para os bancos. A situação é gravíssima e está atingindo milhares de pessoas em todo o Estado. São servidores humildes, que necessitam muito de cada centavo de seus salários e estão vendo os bancos cobrarem em dobro seus empréstimos, e ainda com juros altíssimos.
Em Apodi conversamos com uma servidora que está sofrendo com os recorrentes débitos indevidos do Banco do Brasil. Morando de favor com a família, a mulher não consegue se manter com os recorrentes descontos na sua conta bancária.
A servidora, por exemplo, só conseguiu tirar R$ 215,00 no mês de julho, isso porque disse ter tirado assim que entrou o seu salário. Agindo mais rápida que o banco. O que não deve acontecer esse mês de novembro, onde o saldo já consta como negativo, antes mesmo do pagamento do salário.
“O Estado me fez endividar mais, tenho que renegociar esse empréstimo. Desde julho, estou sofrendo com o saldo baixo porque o governo não repassa o valor que tira da minha conta”, afirmou a servidora de Apodi.
No mês de outubro, a servidora que tem uma parcela mensal de R$ 478,00, pagou mais de R$ 1.500,00 do seu consignado. O banco retirou toda a antecipação do 13° e boa parte do seu salário, restando apenas R$ 615,00.
“Tinha compromissos e aí que começou a ficar tudo difícil. O meu problema começou com esses descontos. Tenho que cuidar da minha saúde e está bem difícil”.
Essa é uma clara demonstração da forma como o governo abandonou os servidores à própria sorte no caso dos empréstimos consignados. O governo do RN está descontando do salário do trabalhador as prestações dos consignados e deixando de repassar para as instituições financeiras. Com isso, o Estado comete crime e deve ser responsabilizado por apropriação indébita e responder por danos morais.
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