Em 12 de outubro de 1810, há 210 anos, nascia Nísia Floresta Brasileira Augusta, pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto. Nísia é considerada a primeira brasileira a se manifestar pela emancipação das mulheres. A educadora, escritora e poetisa nasceu no Rio Grande do Norte e é a primeira feminista brasileira. Também foi uma das primeiras mulheres a publicar artigos em jornais de grande circulação.
Seu primeiro livro “Direitos das mulheres e injustiça dos homens” foi escrito quando ela tinha apenas 22 anos. Esse trabalho é um marco na literatura nacional, sendo pioneiro na luta pela emancipação das mulheres no país.
Educação em primeiro lugar
Para Nísia, a educação era o primeiro passo para emancipação da mulher. Pioneira na luta pela alfabetização das meninas e jovens, fundou escolas exclusivos para meninas em várias cidades onde morou pelo Brasil. Dentre elas, um colégio inovador na cidade do Rio de Janeiro, marco na história da educação feminina no Brasil. O ano era 1838, na cidade do Rio, o Colégio Augusto era inaugurado por Nísia. Nele havia as mesmas aulas que os meninos recebiam, como matemática, português e história. A legislação brasileira previa escolas femininas desde 1827, porém o ensino era limitado à educação do lar.
Na época, a educação era negada às mulheres por ser considerada desnecessária, mas Nísia mantinha o argumento que elas precisavam da educação para serem livres.
Nísia Floresta já considerava que a ideia de superioridade masculina possuía um vínculo com a educação e as conjunturas da vida. Compreendia também que as diferenças entre os sexos são construções sociais e que não justificam a desigualdade.
Militante pelos direitos das mulheres, não limitou suas ações a essa questão. Envolveu-se na defesa dos índios e também nas discussões sobre a escravidão. Apoiou o movimento abolicionista e republicano.
Homenagem
A cidade onde Nísia nasceu teve seu nome mudado em sua homenagem em 1948. De acordo com a Prefeitura da cidade de Nísia Floresta, desde o início do ano de 2017, as escolas municipais são orientadas a trabalharem sua história no currículo escolar local. Isso quer dizer que os moradores do município de cerca de 23 mil habitantes estão começando a se familiarizar com a obra da autora.
Em 2012 foi inaugurado, na cidade, o museu da escritora, com o objetivo de conservar a história da educadora, além promover atividades de promover atividades de artes e cultura para visitantes. Elaborado e mantido por uma ONG, em apoio a Prefeitura, essa tem sido uma das ferramentas mais importantes na difusão de conhecimento a respeito da escritora.
Neste vídeo produzido pela Aroeira Comunicação e dirigido por Arthur Varela, pesquisadores de todo o país, inclusive do Museu Nísia Floresta, falam da importância dessa mulher para a sociedade brasileira.