Uma pessoa negra vive sob o risco três vezes maior de ser morto de forma violenta do que os não-negros no Brasil. A estatística tem como base dados oficiais dos estados para o ano de 2019, levantamento mais recente, e é válida tanto para homicídios em geral quanto para as mortes provocadas pelas polícias.
O Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra: pessoas negras são 74,4% das vítimas de violência letal, enquanto brancos representam 25,3% e amarelos e indígenas, 0,4%.
A maior parte desses crimes são cometidos por armas de fogo, com sete a cada dez mortes causadas por tiros. O perfil dessa vítima é majoritariamente de homens (91,2%) com até 29 anos (51,6%).
Segundo informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), negros e pardos são 56,2% da população, brancos, 42,7%, amarelos e indígenas, 1,1%.
Violência policial aumenta chances de mortes de negros
Quando se trata de violência policial, os negros também são os mais afetados letalmente. O percentual de homens vítimas é de 99%, sendo 79% deles negros. Foram 6.357 pessoas mortas pelos policiais brasileiros de janeiro a dezembro de 2019, em torno de 5 mil negros.
A taxa de mortos pelas polícias brasileiras por 100 mil habitantes mostra que um negro, com 4,2, tem três vezes mais vitimização do que uma pessoa branca, com taxa de 1,5.
Em comparação com a estatística anterior, quando 2018 teve 6.175 registros, o crescimento da letalidade policial subiu 2,94%. Ao se considerar histórico ampliado, o crescimento é de 188% em seis anos, quando em 2013 as polícias mataram 2.212 pessoas.
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