Neste sábado (20), as tradicionais manifestações em homenagem ao Dia da Consciência Negra vão denunciar como o racismo que estrutura a sociedade brasileira tem se manifestado de forma mais intensa sob o governo de Jair Bolsonaro. Os atos acontecem em pelo menos três cidades potiguares: Natal, Mossoró e Parnamirim.
Em Mossoró a manifestação tem início às 8h na praça do Pax; Parnamirim vai protestar às 9h na praça Paz de Deus; e Natal às 15h na lateral do Midway Mall.
Os protestos deste 20 de novembro vão ressaltam que a luta contra o governo Bolsonaro é essencialmente antirracista. O projeto econômico ultraliberal, com suas políticas de ‘ajuste’ fiscal, aprofunda as iniquidades e exclusão dos direitos principalmente para a população negra, o que se escancarou sob o novo coronavírus.
A história do 20 de novembro
O Dia da Consciência Negra foi instituído durante o governo Lula, através da Lei nº 10.639. O documento inclui o tema “História e Cultura Afro-Brasileira” como componente curricular obrigatório das escolas brasileiras. Além disso, instituiu o 20 de novembro como o ‘Dia Nacional da Consciência Negra’. Apesar da legislação reconhecer a data em 2003, a sua existência é bem anterior.
O Dia da Consciência Negra é reivindicado desde 1971, por iniciativa do coletivo gaúcho Grupo Palmares. Ou seja, neste ano comemora-se também o cinquentenário da manifestação popular.
Em 1978, quando foi criado o Movimento Negro Unificado (MNU), a data entrou definitivamente no calendário nacional da luta antirracista. Desde então, os coletivos negros que atuam em todas as regiões do país defendem que a data na qual Zumbi, o líder do Quilombo dos Palmares, foi assassinado em 1695, seja reconhecida oficialmente como feriado nacional em contraposição ao 13 de maio, data instituída pelo Estado brasileiro com base na proclamação da Lei Áurea.
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