Uma pesquisa americana realizada pelas universidades de Stanford e Utah e pelo Centro de Pesquisa Seatle Cancer Care Alliance indica que a mulher tem seis vezes mais chances de ser abandonada pelo marido após a descoberta de doenças graves, como o câncer. A falta de apoio e o subsequente abandono, cada vez mais comuns, contribuem para que o tratamento e o próprio enfrentamento à doença sejam ainda mais dolorosos.
Um outro agravante é que a solidão em decorrência do abandono pode também trazer à tona um quadro de depressão. É o que aponta o estudo do Centro de Referência da Saúde da Mulher e do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP). Vulneráveis, as mulheres tendem a se sentirem sozinhas, rejeitadas e sofrem com o preconceito social de extrema ignorância acerca da doença.
Na tentativa de minimizar os efeitos crueis do diagnóstico, muitas mulheres se unem em grupos de apoio onde trocam experiências e compartilham forças. Nas reuniões, há sempre o reconhecimento de quem passa pelas mesmas dificuldades, o que acaba gerando identificação. É importante, nesse sentido, que incentivos estatais e órgãos de saúde possam reforçar a importância do apoio dos amigos e familiares às pessoas doentes, além de trazer à sociedade esclarecimentos sobre essas doenças.