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25/01/2021
Produtor cultural Zé Dias fala da relevância do RN para MPB
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O Rio Grande do Norte é um local de alta relevância para a história da Música Popular Brasileira, quem diz isso é o produtor cultural e uma verdadeira enciclopédia da música potiguar, Zé Dias.

Ele participou de um live do SESC RN e contou diversas histórias que ajudam a confirmar sua tese. Além disso, ele traçou um breve histórico sobre seu envolvimento em iniciativas como o Projeto Pixinguinha e o Seis e Meia, em Natal e Mossoró. Também debateu questões ligadas ao mercado profissional, a qualidade musical e os artistas de destaque, tendo em vista que muitos potiguares estão em evidencia no Brasil.

Em conversa com o SINSP, Zé se mostrou feliz com o resultado da transmissão.

“Foi excelente. Aconteceu numa terça-feira e teve mais de 300 pessoas assistindo, além de ter recebido centenas de mensagens”

Zé Dias fez questão de contar como a música popular teve ligação com o RN desde a década de 20, há quase cem anos.

“Mário de Andrade visitou o RN em 1928 e aqui conheceu Chico Antônio. Ele se apaixonou pelo coco que Chico cantava, e a partir daí foi descoberto o único ritmo potiguar na música brasileira, que é o coco”, lembrou o produtor.

Zé Dias também falou das décadas seguintes e como a MPB seguiu sendo influenciada pelo Estado do RN.

“No final dos anos 30 Henrique Brito estava com o Bando de Tangarás ao lado de artistas como Noel Rosa. Vale a pena lembrar que Henrique que tem uma parceria com Noel na música “Queixumes”. Essa presença de Henrique Brito num quinteto vocal, foi a primeira presença do RN na música brasileira”.

O RN também teve sua importância com o chorinho.

“Em 1942, Ademilde Fonseca cantou chorinho de maneira inédita. Ninguém tinha cantado antes dela. Ela foi a primeira cantora moderna do país”, afirmou Zé Dias.

“Seguindo nos anos 40. Em 1945 o trio Irakitan fez sucesso e foi durante mais de 40 anos o maior grupo vocal do brasil”.

Além de influenciar o samba, o chorinho e inventar o coco, o RN também teve sua participação na criação da bossa nova, de acordo com o produtor.

“A bossa nova é de 1959, mas em 1952 a primeira gravação de Joao Gilberto foi a música “Meia Luz”, de Hianto de Almeida, de Macau. Em 1955, Tom Jobim fez o primeiro arranjo dele, com a música “Conversa de Sofá”, também do Hianto. Sem falar que ninguém nunca tinha ouvido o termo “bossa nova” e Hianto fez uma música chamada “cinema bossa nova”, antes da criação do gênero.

Por fim, Zé Dias lembrou de alguns nomes potiguares que vieram nas décadas seguintes: Como música brega de Carlos André, e Carlos Alexrandre, e o artista Mirabô.

 

Assista a live de Zé Dias:


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