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08/04/2021
Câmara aprova “camarote vip” de vacinação e Natália Bonavides alerta “Não podemos concordar em criar uma fila para ricos e outra para pobres”
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A Câmara dos Deputados deu sua benção a empresários que desejam furar a fila da vacinação contra a covid-19, indo na contramão do direito universal e igualitário à saúde garantido pelo SUS e pela Constituição Federal.

Aprovado por 317 votos a favor e 120 contra, o Projeto de Lei flexibiliza a compra de vacinas pelo setor privado, permitindo que empresários adquiram imunizantes para seus funcionários e familiares e possam vaciná-los fora do âmbito do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Vinculado ao Ministério da Saúde, o PNI é responsável por distribuir proporcionalmente as vacinas entre Estados e municípios e garantir que as doses sejam aplicadas primeiro em quem mais precisa. A contrapartida é que metade das doses adquiridas por empresários sejam repassadas ao setor público.

 

Veja como votaram os deputados do RN

A única parlamentar do RN a votar contra a “vacinação vip” foi a deputada Natália Bonavides. Em contato com o SINSP, Natália deixou claro que o Congresso deveria defender o SUS ao invés de apoiar fura-fila.

“Aprovaram o fura-fila, um verdadeiro camarote particular das vacinas. Fizeram isso no dia em que o país registrou mais de quatro mil mortes. Precisamos fortalecer o SUS e o Plano Nacional de Imunização, algo que o projeto aprovado não faz. Não podemos concordar em criar uma fila de vacinação para ricos e outra para pobres”, pontuou a parlamentar.

Pressão de empresários

O Projeto de Lei atende às pressões de empresários, muitos deles ligados ao presidente Jair Bolsonaro e consequentemente negacionistas da crise, e impacientes pela reabertura da economia. O texto também retira do colo do presidente, que nega a gravidade da pandemia de coronavírus desde o seu início e boicota medidas de isolamento social, a pressão para a aquisição de novas vacinas.

Também o ajuda no seu ideal favorável a reabertura da economia. O mundo acompanha o triste momento em que o Brasil vive, ultrapassando as 4 mil mortes em apenas um dia. A velocidade da vacinação é considera bem abaixo do desejável: até o momento, pouco mais de 20 milhões de brasileiros, cerca de 10% da população, recebeu a primeira dose do imunizante.

 

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