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28/09/2021
Adolescente e padrasto a caminho de UPA são mortos em ação da Polícia Militar no RJ
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No último sábado (25), uma ação da PM no bairro Anchieta, na zona norte do Rio de Janeiro, matou duas pessoas e deixou outras duas feridas. Willian Vasconcellos da Silva, 38 anos e o enteado, Samuel Vicente, 18 anos, morreram após serem alvejados por disparos de arma de fogo.

Segundo uma amiga da família de um dos baleados, Samuel e Camily da Silva Apolinário eram namorados e estavam em um baile funk, na comunidade do Chapadão. A jovem teria passado mal e desmaiado. Samuel ligou para o padrasto, que foi ao local de moto para levá-la até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

No caminho, os três, que estavam na motocicleta, foram surpreendidos por uma equipe de policiais militares que já teriam atirado. Os três e mais uma quarta pessoa foram baleados e levados para o Hospital.

Camily está internada no Hospital Getúlio Vargas e apresenta quadro de saúde estável. A família diz que a jovem aguarda por cirurgia.

A dona de casa Sonia Bonfim, que teve o marido e o filho mortos na ação, contesta a versão apresentada pela polícia, que foram atacados por tiros. Ao jornal O Dia, ela informou que os documentos de William desapareceram após as mortes.

"Não havia operação, eles entraram atirando. Chegaram para matar", desabafou Sônia, afirmando que os documentos do marido ainda não foram localizados. "Eu quero os pertences e documentos do meu marido. Eles (policiais) falaram que bandido não tem documento. Ali não tinha nenhum bandido", ressaltou.

 

Adolescente sonhava vestir farda da PM

O adolescente Samuel Vicente sonhava seguir carreira militar, e dizia a mãe que daria muito orgulho à ela:

“Ele tinha paixão pela farda. Ele se alistou no Exército, e ia ter que se apresentar. Ele falava que não ia ser igual aos outros. 'O que eles fazem aqui, vou fazer diferente', ele dizia. "Vou dar muito orgulho para a senhora, você vai ver" lembra a mãe do jovem, Sônia Bonfim Vicente.

 

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