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21/10/2021
Loja onde mulher foi alvo de racismo tinha código para alertar sobre clientes negros
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Segundo investigação feita pela Polícia Civil do Ceará, a loja Zara do Shopping Iguatemi, em Fortaleza, criou uma espécie de código secreto para funcionários ficarem em alerta acompanharem pessoas negras ou com roupas consideradas “simples” assim que entrassem no estabelecimento.

O tal aviso era anunciado pelo sistema de som da loja, através do código “Zara zerou”. “Testemunhas que trabalharam no local alegam que eram orientadas a identificar essas pessoas com estereótipos fora do padrão da loja. A partir dali, ela era tratada como uma pessoa nociva, que deveria ser acompanhada de perto. Isso geralmente ocorria com pessoas com roupas mais simplórias e pessoas de cor”, afirmou o delegado-geral da Polícia Civil do Ceará, Sérgio Pereira, para o UOL.

Uma ex-funcionária da loja confirmou o procedimento e explicou como ele funcionava: “A loja, quando identificava que uma pessoa estava fora do padrão de cliente e estava ingressando naquele estabelecimento, era dito no sistema de som a frase ‘Zara zerou'”.

“Isso era um comando que era dado pra que todos os funcionários da loja ou pelo menos alguns a partir de então começassem a observar aquela pessoa não mais como consumidor, mas como suspeito em potencial que precisava ser mantido sob vigilância da loja”, disse Sérgio Pereira.

Em setembro, a delegada e diretora adjunta do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis da Polícia Civil do Ceará, Ana Paula Barroso, foi barrada na entrada da loja.

 

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